01/07/2019

Tempo estimado de leitura: 6 minutos.

A qualidade do pavimento das rodovias brasileiras tem grande impacto nas empresas que trabalham com o transporte de cargas nas estradas, principalmente quando podem gerar prejuízos.

Uma rodovia em péssimas condições afeta diretamente os custos operacionais, além de aumentar as chances de que algum acidente venha acontecer com o motorista, a carga e a terceiros.

O transporte rodoviário é muito comum no Brasil, uma vez que

• 90% dos passageiros se deslocam pelas estradas;
• 60% das cargas são distribuídos pelo país da mesma forma;

É importante saber qual o diagnóstico das estradas para que todos os prejuízos possam ser antecipados.

Fiz um vídeo com as dúvidas mais frequentes de seguro transportes. Acesse e assista. 

Análise das rodovias brasileiras feita pela CNT

A pesquisa feita pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) analisou 107 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais pavimentadas e teve como objetivo sinalizar se os pontos críticos das estradas estão aumentando ou não.

Segundo o levantamento da pesquisa:

• 57% dos trechos avaliados pela confederação se encaixam entre as classificações regular, ruim ou péssima;
• 55,3% das rodovias possuem uma boa sinalização;
• 75,7% da extensão das rodovias possuem condições da geometria classificadas como regular, ruim ou péssima;
• 50,9% das rodovias são pavimentadas.

As estradas possuem acostamentos?

Segundo a CNT,  88,4% das rodovias avaliadas possuem um acostamento pavimentado e com perfeitas condições de conservação. Porém, 86,3% das pistas são simples, donas de mais da metade dos acidentes com vítimas nas rodovias federais.

Apenas 13,7% das rodovias analisadas possuem pistas duplas, com canteiro central, barreira central ou faixa central.

Essas informações são preocupantes uma vez que o número de automóveis circulantes aumentou e os transportes de carga predominante é o rodoviário.

E as rodovias concedidas à iniciativa privada?

De acordo com as pesquisas, as rodovias tiveram uma melhoria de 7,5% entre os anos de 2017 e 2018.

No geral, 81,9% das rodovias cuidadas por concessionárias foram classificadas como ótimas ou boas.

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Os estados mais problemáticos

Os 10 estados com rodovias mais problemáticas são:

• Amazonas: 99,1% regular, ruim e péssimo; 0,9% ótimo e bom;
• Acre: 96,2% regular ruim e péssimo; 3,8% ótimo e bom;
• Amapá: 84,3% regular, ruim e péssimo; 15,7% ótimo e bom;
• Tocantins: 81% regular, ruim e péssimo; 19% ótimo e bom;
• Pará: 76,5% regular, ruim e péssimo; 23,5% ótimo e bom;
• Ceará: 72,4% regular, ruim e péssimo; 27,6% ótimo e bom;
• Rio Grande do Norte: 69,7% regular, ruim e péssimo; 30,3% ótimo e bom;
• Goiás: 67,4% regular, ruim e péssimo; 32,6% ótimo e bom;
• Rondônia: 63,7% regular, ruim e péssimo; 36,3% ótimo e bom;
• Minas Gerais: 61,3% regular, ruim e péssimo; 38,7% ótimo e bom.

As rodovias brasileiras são problemáticas, principalmente pelo fato do investimento público ser muito pequeno. O resultado são os prejuízos das transportadoras que chegam a R$ 3,02 bilhões.

Por causa dessas situações o custo do transporte chega a ficar 26,7% mais caro de uma região para outra e todos esses dados podem influenciar no valor final para a contratação do seguro de transporte ou seguro de carga.

Caio Ottoboni – Especialista em Transportes

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